Revista Nanquim

A loucura por respirar e a Pandemia COVID-19

Diandra Edwirges Amaral Rodrigues diandra — Qui, 01 Set 2022 17:50:37 -0300

O objetivo deste trabalho foi compreender como as práticas culturais se mantiveram presentes no dia a dia escolar, isto é, como fruir Arte e sofrer catarse seriam possíveis em meio a um distanciamento social obrigatório. Para tanto, foram utilizadas reflexões de teóricos do campo da Linguística Cognitiva como Edelman (2006) e Gibson (1986), de teorizações de poetas como Leminsky (2012) e Wilde (1986) sobre a inutilidade da Arte e de teorias sobre Catarse e psicologia da educação (VIGOSTKY, 1997) e a aquisição da cultura (BORDIEU, 1996). Pela pesquisa de Campo, através de uma enquete, percebeu-se como as lives culturais extrapolaram o sentido convencional e utilitário das mídias digitais, promovendo a compressão em que os discentes corporificaram suas experiências em um ambiente bio-físico-sócio-cultural.

Antologia Literária no Livro Didático: Três Modelos Históricos

Rildo Cosson — Qui, 22 Dez 2022 09:36:39 -0300

As relações entre literatura e educação têm uma longa história que pode ser contada sob diversas perspectivas. Uma delas encontra no livro didático um veículo privilegiado de análise. Isso porque o livro didático é um objeto que sintetiza, quer pela sua forma de organização dos textos, quer por conduzir determinadas práticas de ensino em sala de aula, a maior parte das atividades que envolvem a leitura e a escrita na escola. Tal como é configurado atualmente, um livro didático exerce o triplo papel de texto informativo, guia curricular e roteiro de atividades. No caso da literatura, o livro didático funciona tanto como texto informativo, ao veicular dados sobre autores e história literária, quanto como antologia textual, revelando com isso os limites do cânone e a construção do repertório literário na escola. Na condição de guia curricular, ele ordena a literatura segundo os critérios de representação da nação e transmissão de valores culturais. Enquanto roteiro de atividades, ele confirma os protocolos de leituras da crítica ao mesmo tempo em que supõe formar leitores. Todavia, essas funções nem sempre ocorreram simultaneamente e nem sempre tiveram o mesmo peso na constituição do livro didático e, por meio dele, no ensino da literatura.

The Text in the Language Textbook: Three Brazilian Models

Rildo Cosson — Qui, 22 Dez 2022 09:42:29 -0300

There is a common sense that reading is the most basic activity in school. Even if the objective of reading can change from discipline to discipline, we can say that reading is central to all of them. The reading activities in school can be developed in many ways with different kinds of texts, but they usually have their support in the same reading material: the textbook. Therefore the textbook isn’t only a fundamental tool to improve reading activities in school but also a very important object of research about schooling.

Entre o virtual e o presencial: design instrucional do ensino-aprendizagem de língua inglesa com base em comunidades integradas

Helen de Oliveira Faria — Qui, 22 Dez 2022 10:13:48 -0300

O grande engajamento de indivíduos com ambientes do mundo virtual se deve às inúmeras oportunidades que tais espaços concedem para que diversas atividades tais como trabalho, comunicação e entretenimento sejam executadas de modo satisfatório e eficiente. Na esfera educacional isso não é diferente e há a emergência de uma normalização (BAX, 2003) do uso de artefatos computacionais e suas práticas em ambientes pedagógicos. Partindo dessa premissa, proponho que o design instrucional de contextos presenciais incorpore atividades virtuais que fazem parte do universo dos alunos, complementando aquelas realizadas face a face e expandindo a sala de aula para uma comunidade virtual. Dessa forma, o aprendiz é situado no centro do binômio ensino-aprendizagem, uma vez que a escolha das ferramentas, dos espaços e das atividades on-line são feitas com base em sua vivência pessoal e com o intuito de valorizar suas vozes e identidades sociais no meio escolar. O design instrucional com base em comunidades integradas, pautado no planejamento, prática e pós-design de uma situação didática, é ilustrado neste trabalho por meio de uma atividade retirada da disciplina Língua Estrangeira: Inglês II de um centro federal de educação tecnológica de Minas Gerais.

Professores e tecnologias digitais: desafios do ensino remoto emergencial

Carla Viana Coscarelli — Qui, 22 Dez 2022 00:00:00 -0300

Buscamos neste artigo entender alguns dos desafios e das tensões dos professores durante o ensino emergencial remoto que foi necessário durante a pandemia de Covid-19. Para isso, aplicamos um questionário que foi respondido por professores de escolas públicas e privadas e, analisamos, mais detalhadamente, a questão que diz respeito às práticas educativas envolvendo as tecnologias digitais que eles julgam não ter dado certo. Na primeira parte do texto abordamos os saberes dos professores e suas práticas sociais com textos digitais, tendo como base conceitos como letramento digital, os multiletramentos, a cultura digital, a leitura e a escrita em ambientes digitais. Na segunda parte, analisamos as respostas dos professores para a questão do questionário que diz respeito ao insucesso das atividades que demandavam o uso das tecnologias digitais. As respostas foram organizadas em categorias como: questões relacionadas à didática, à falta de acesso, à pouca adesão por parte dos alunos, e problemas tecnológicos. Também incluímos nas categorias de análise, as respostas de professores(as) que expressaram que não houve problemas e as respostas muito vagas ou deixadas em branco. Essa análise nos permitiu verificar que a falta de equipamentos e de acesso à internet, assim como a pouca formação dos professores em relação ao uso de tecnologias digitais como recurso pedagógico interferiram negativamente no trabalho deles. Os desafios que se apresentaram neste período de pandemia resultaram em novas experiências e oportunidades de aprendizagem para os professores, no entanto, ainda precisamos avançar no que diz respeito à formação continuada de professores em relação ao uso das tecnologias digitais como recurso de ensino-aprendizagem e no que concerne às políticas públicas que oportunizem o acesso a tecnologias digitais e à internet de qualidade para todos os alunos e professores.

Simulacros e Simulações em Sites de Pesquisa Escolar

Aurélio Takao Vieira Kubo — Qui, 22 Dez 2022 11:05:31 -0300

Este trabalho busca descrever o funcionamento dos proces sos de veridicção e verdade em sites usualmente voltados para a pes quisa escolar. A hipótese é a de que os artigos por eles publicados se constituiriam em simulacros do discurso científico. Eventualmente, ocorreria a simulação (BAUDRILLARD, 1991, 1996). A amostra foi constituída de sites mantidos por empresas afastadas da esfera do discurso científico, mas ligadas aos serviços de internet, publicidade e comunicação social. A análise fundamentou-se em teorias da enunci ação (FIORIN, 1995) e os resultados, corroborando a hipótese, reve lam ausência de datas de publicação, de citações e referências a fon tes abalizadas; simplificações e generalizações exageradas na textua lização e baixo uso de recursos digitais. Isso em contraste com a ri queza de cores, movimentos e ligações que caracteriza o tratamento dado à publicidade nos sites. Tais características trazem implicações para o ensino de escrita acadêmica à medida que dificultam, por parte do aprendiz, a percepção dos modos pelos quais as diferentes esferas do discurso realizam os processos de veridicção.

Saberes e Sabores Literários: Uma proposta de Letramento Literário e Letramento Digital na EJA

Aurélio Takao Vieira Kubo — Qui, 22 Dez 2022 11:09:05 -0300

Juntamente com a coordenação de Língua Portuguesa da EJA/CP/UFMG, elaboramos um Projeto de Letramento Literário que contemplasse as vivências dos nossos alunos da EJA, seus saberes, sabores e dissabores com a literatura. Percebe-se que os alunos chegam à sala de aula com uma perspectiva muito negativa sobre a literatura e não a enxergam como uma produção que pode ser apropriada por eles. O objetivo principal do projeto era tornar esses encontros literários mais prazerosos, possibilitando a ampliação das leituras de mundo e autonomia. Dessa maneira, buscou-se proporcionar aos alunos dinâmicas e atividades que pudessem aproximá-los da literatura e da biblioteca de maneira que eles conseguissem, não apenas gostar, mas também enxergar e ampliar os conhecimentos e vivências a partir da literatura. Para desenvolvimento do projeto, usamos como base o modelo da sequência expandida sugerida por Rildo Cosson (2014). Planejamos o projeto em sete etapas principais com atividades integradas a fim de proporcionar aos alunos diferentes exercícios críticos e reflexivos acerca da seleção de livros, da interpretação, das relações intertextuais e dos contextos. Todas as atividades em cada etapa foram registradas em um diário físico e transcritas em uma plataforma online de publicações (no blog https://literaturaejacp.wordpress.com, criado na plataforma Wordpress). Durante todo projeto, os alunos ocuparam cada vez mais o espaço da biblioteca do Centro Pedagógico e utilizaram muitas ferramentas digitais para publicação de suas impressões. Os relatos dos alunos sobre seus encontros com a literatura e as práticas no mundo digital ao final do projeto foram muito positivos.

Práticas Intersemióticas no Processo de Ensino Aprendizagem de Literatura

Aurélio Takao Vieira Kubo — Qui, 22 Dez 2022 11:14:25 -0300

A Literatura, como arte expressa por meio do signo escrito, sempre foi associada a outras formas de expressão artística. Essa re laomR deQRPiQada ´VePiRVeµ WeP eQcRQWUadR, Qa cRQWePSRUaQei dade, seu mais alto momento, dada a diversidade de formas expressi vas de disseminação do conhecimento e a adesão de jovens aos mo dernos suportes de informações e de lazer. Para Duarte (1988), as artes sempre dialogaram, desde os primórdios. Com base nisso, explo ramos, no campus de Araxá, a prática de atividades lúdicas e interati vas, entre elas as intersemióticas, com o objetivo de ensinar Literatura e Cultura. A ação envolveu debate com alunos, produção escrita e au diovisual dos estudantes, concursos de declamação e produção de po emas e exposições de trabalhos de leitura de obras literárias, tais como fotonovelas, radionovelas, musicalização de textos e saraus. Essa experiência proporcionou aos alunos outras formas de apreciar o texto literário, fomentando o universo das artes visuais durante os fes tivais de Arte e Cultura, como uma das atrações mais esperadas pelo público. Os discentes puderam vivenciar experiências lúdicas nesses momentos e não só demonstraram seus trabalhos, como também aprenderam e refletiram sobre tais aprendizagens, situação em que todos foram aprendizes multiplicadores, já que não só experimenta ram como ensinaram com suas experiências. Tais vivências dos alu nos, nas atividades, potencializaram-se como procedimentos diverti dos contra o estresse, a sobrecarga de atividades diárias dos cursos, as pressões com as cobranças de professores nas diversas disciplinas, ademais de possibilitar a criação de uma memória afetiva sobre os textos literários.